As principais teorias relativas à base biológica da depressão situam-se nos estudos sobre neurotransmissores cerebrais e seus receptores sendo que a teoria relativa aos receptores hoje em dia seja a mais aceita devido à evidências que serão mostradas abaixo, embora outras áreas também estejam sob investigação. Á esquerda mostra-se um esquema da atuação de fármacos nos na inibição da recaptação neurotransmissores, no bloqueio de neurorecptores e etc.
Neurotransmissores cerebrais
As monoaminas constituem-se na principal hipótese envolvendo
os neurotransmissores cerebrais. Subdividem-se em
catecolaminas: dopamina (DA) e noradrenalina (NE), e na indolamina:
serotonina (5HT).
Aqui está uma explicação retirada( e modificada) de:
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/psicologia/article/view/7660/5463
“A hipótese das monoaminas baseia-se no conceito da
deficiência das aminas biogênicas, particularmente NE, 5HT e
DA, como a causa das depressões. A primeira hipótese aminérgica
de Schildraut (1965) e Bunney e Davis (1965) foi denominada
hipótese catecolaminérgica, pois propunha que a
depressão se associava a um déficit das catecolaminas, principalmente
a NE. Posteriormente surgiram a hipótese serotonérgica,
de Van Praag e Korf (1971), que teve grande impulso com
o desenvolvimento da classe de antidepressivos chamados Inibidores
Seletivos de Recaptação da Serotonina (ISRS) e a hipótese
dopaminérgica de Wilnner (1990), devido à implicação
da DA nos fenômenos de recompensa cerebral, estando envolvida
na fisiopatologia da anedonia, e de estudos demonstrando
que o uso continuado de antidepressivos tricíclicos (ADT) aumenta
a resposta comportamental à DA injetada no núcleo
acumbens, que age como interface entre o sistema motor e o
sistema límbico. Tal hipótese derivou inicialmente da compreensão
advinda do conhecimento sobre o mecanismo de ação
dos primeiros antidepressivos: tricíclicos e inibidores da monoaminoxidase
(IMAO) que aumentam as concentrações das monoaminas
nas fendas sinápticas cerebrais (Graeff e Brandão,
1993; Leonard, 1997; Stahl, 1998). A reforçar a hipótese das monoaminas, houve outras evidências:
a) drogas, como a reserpina, que depletam esses neurotransimissores são capazes de induzir a depressão;
b) precursores da 5HT: L-triptofano e 5-hidroxi-triptofano apresentam
efeito antidepressivo leve;
c) vários estudos relataram anormalidades
nos metabólitos das aminas biogênicas, como o ácido
5-hidroxindol acético (5HIAA), o ácido homovanílico (HVA) e 3-
metoxi-4-hidroxiphenilglicol (MHPG) no sangue, urina e líquor
de pacientes deprimidos;
d) a redução da concentração de 5HT
e seu principal metabólito 5HIAA ocorre no cérebro de vítimas
de suicídio, alcançado de maneira violenta, e no líquor de pacientes
deprimidos; e) a privação aguda de triptofano causa recidiva
em 80% dos pacientes deprimidos tratados com sucesso
com os antidepressivos da classe dos ISRS (Kaplan, Sadock e
Grebb, 1994; Graeff e Brandão, 1993)”.
Uma ressalva na hipótese das monoaminas e que causa dúvidas quanto a sua aceitação plena é de que os antidepressivos aumentam as taxas dos neurotransmissores imediatamente, mas o efeito antidepressivo só é observado algumas semanas depois, outras substâncias como a cocaína elevam o nível de monoaminas, mas não têm efeito antidepressivo.
Com o conhecimento atual sobre neurotransmissores e com relações simplistas as hipóteses da falta dos mesmos foi restringida, de acordo com as atuais hipóteses, às fendas sinápticas, que deslocaram os estudos de hipóteses dos neurotransmissores para os neuroreceptores.
O que levou os grupos na linha de pesquisa sobre os receptores foram alguns dados observados como:
a) a depleção de monoaminas provoca um aumento compensatório do
número de receptores pós-sinápticos (o que, em psicofarmacologia,
recebe a denominação de up-regulation
b) estudos post mortem, em cérebros de pacientes suicidas encontraram
um acréscimo no número de receptores 5HT2 no córtex frontal.
c) a ativação de alguns subtipos do mesmo receptor provoca
efeitos diversos e até mesmo opostos, como no caso dos receptores
5HT2 e 5HT1A
O último fato levou a postulação da hipótese de que a depressão é causada pelo desequelíbrio entre os receptores 5HT2 e 5HT1a sendo que há um excesso do primeiro e falta do segundo.
Tendo em vista a situação bioquímica da patologia agora observaremos o tratamento da doença por meio dos antidepressivos.
Em humanos, a 5-HT (serotonina) existe em três compartimentos principais: 1) neurônios, 2) células enterocromafins do trato gastrointestinal (nestes dois locais é sintetizada a partir do triptofano proveniente da dieta), 3) plaquetas, que não têm a capacidade de sintetizá-la, captando do plasma a 5-HT proveniente do intestino."
Os antidepressivos atuam diretamente no cérebro, modificando e corrigindo a transmissão neuro-química em áreas do sistema nervoso que regulam o estado do humor (o nível da vitalidade, energia, interesse, emoções e a variação entre alegria e tristeza), quando o humor está afetado negativamente num grau significativo.
Postado por: Pedro Marcos Coelho Moscardini
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